quarta-feira, 31 de agosto de 2011

POLÍTICA BRASILEIRA, DELINQUÊNCIA E FARSA


  
Quem acompanha os fatos da vida e os acontecimentos do dia a dia pela imprensa brasileira, vê claramente que o governo do PT e de seus aliados, perfilados na base de sua sustentação política no Congresso Nacional, nos ministérios, nas empresas e nas autarquias, cada um devorando gulosamente a sua maçã, não passam de uma quadrilha de meliantes assaltando contínua e impunemente o patrimônio público e que a oposição é apenas de um minúsculo amontoado de anjinhos de mural a ruflar suas inocentes asinhas de par em par e a inutilmente bramir seus grunhidos angelicais, em nome da pureza e da santidade humanas, na frustrada busca da moralidade, perdida com a primeira eleição da víbora peçonhenta encarnada na pessoa do carismático presidente Lula.

Mas quem não é bobo sabe, que desde o seu berço lusitano o Brasil tem um partido único, que é o partido do governo, e a alternância de poder se dá através de ascensão e queda de suas facções elitistas e populistas.

No atual quadro partidário brasileiro, todos os partidos políticos são facções patronais e pseudo trabalhistas do mesmo partido, exceto 3 deles, o PSTU, o PSOL e o PSB, que, por ação e princípios, por enquanto, constituem a autêntica oposição, sem voto e sem vez, àquele partidão que está desde sempre governando e roubando o Brasil.

A cultura apresenta a chave para a percepção dos fatos que os interesses da imprensa patronal se ocupam em bloquear.

No sentido mais amplo possível, cultura é tudo que o homem acrescenta à natureza.  Portanto, a cultura pode se manifestar com arte e sem arte, isto é, pode ser artística ou não, e se apresenta através de suas variadas formas, como, por exemplo, a cultura musical, que pode se erudita ou popular, e assim por diante, exatamente como acontece com a indumentária, a culinária, a arquitetura, o artesanato, a indústria, as ditas “artes plásticas” e por aí vai.

Mas o que queremos, é perceber os fatos, sem o sectário bloqueio fantasioso da imprensa patronal. Para tanto, ou para tão pouco, foquemos apenas nisso que se chama politicamente de “cultura” e que tem verbas e programas governamentais de incentivo e apoio, mas que não passa de uma grande farra, um imenso negócio entre amigos, com o habitual desvio do dinheiro público para contas privadas.  

E naquilo que nos diz respeito com relação a essa farra cultural, cumpre- nos informar que, desde o fim da ditadura militar e começo da ditadura civil das classes dirigentes, temos habitualmente apresentado provas materiais de improbidades, cometidas por ex-gestores, à máxima autoridade competente de cada facção do partido único que assume o governo da Bahia com siglas diferentes, e vemos a nova facção no novo governo empenhada sistematicamente em garantir a impunidade e em atestar a probidade de seus colegas antecessores, para repetir as mesmas mazelas por eles praticadas, sem medo ou culpa, por causa dessa impunidade corporativa.   

A impunidade das elites consolidou a sua incontrastada soberania em terras brasileiras e fez surgir uma insuperável geração de filhotes corruptos da ditadura militar de 1964, governantes e parlamentares inicilmente biônicos que, da noite para o dia, passaram de uma pobreza franciscana para respeitáveis senhores de um invejável e incomensurável patrimônio pessoal.

Toda essa riqueza de ladrão foi construída com o dinheiro público, desviado de obras superfaturadas; de agenciamento de privatizações e de comissões sobre pagamento de faturas, creditadas em paraísos fiscais por empreiteiros e fornecedores do governo, além de uma vasta e diversificada gama de propinas, como as que foram distribuídas em troca do voto parlamentar, durante o período de votação da emenda que assegurou um segundo mandato para FHC.

Essa mais recente versão da impunidade dos ricos, nascida no colo do regime militar, sempre protegida e garantida pela omissão e silêncio dos medrosos e pela ação ainda mais covarde dos fuzis e dos canhões da ditadura, usados contra os ativistas da legalidade, que foram por eles massacrados, ou então cooptados com o salvo conduto para o livre acesso pessoal ao erário público, concedido pelos então oficiais do golpe militar.

Além do avantajado patrimônio surrupiado, esses tubarões da corrupção aperfeiçoaram na cultura brasileira o atual modelo dessa prática de desviar dinheiro público para suas contas privadas e legaram aos seus descendentes a perene mancha, feita com o sangue dos heróis e dos excluídos, em seus sobrenomes Magalhães, Sarney, Maluf, Lupion, Maia, Mello, Barbalho, Calheiros, e muitos outros, alguns deles perdoados pela cumplicidade da justiça, mas que, assim mesmo, ficam sujos para sempre no inconsciente coletivo e na nossa História.

Com o fim da ditadura militar, os fuzis e os canhões foram substituídos, na sua constitucional função de guardiões da impunidade, por dossiês e escutas clandestinas, contendo a lama produzida por correligionários e adversários, dentro do grande partido do governo. Na construção do atual modelo de improbidade e impunidade, dois vultos da nação se destacam no conjunto da obra. Antonio Carlos Magalhães, o inventor dos dossiês e seu mais brilhante discípulo, o banqueiro Daniel Dantas, que tem um fabuloso acervo de gravações clandestinas dos figurões dos altos escalões do executivo, do legislativo e do judiciário da República. E são tão eficientes esses guardiões virtuais da roubalheira, que pessoa alguma ousa impedir a prescrição do processo da Pasta Rosa da família Magalhães, blindada em segredo de “justiça”, e bastou uma rápida divulgação na imprensa de uma gravação de maracutaias envolvendo um dos mais “honestos” frequentadores da intimidade palaciana, para que todo aquele que ousa prender, processar e julgar o banqueiro meliante do Banco das “Oportunidades” é exilado, defenestrado, ou cooptado.  E não se fala mais disso na imprensa patronal.

Vendo na TV o brilhante deputado patronal ACM Neto, o popular "Grampinho"   , como porta voz da moralidade pública, recordamos o que ele disse com muito acerto, certamente referindo-se ao seu avô, que “todo político que renuncia ao mandato, para fugir da cassação, é culpado até morrer”.

E aqui vamos nós, seguindo tão sozinhos pela estrada a fora, como Chapeuzinho Vermelho, acompanhando os fatos da vida e os acontecimentos do dia a dia pela imprensa brasileira, vendo isso tudo de braços cruzados e achando tudo isso muito engraçado, como o pinoquiano narigão cabeludo da Vovozinha.


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