sábado, 20 de outubro de 2012

O novo apostolado da oração



Talvez a principal incumbência da mídia patronal seja a de promover o surto de esquizofrenia social, manipulando fatos para esconder a realidade e substituí-la por uma ecumênica fantasia, oferecida à fé popular.

E assim foi criado o novo apostolado da oração contra império dos demônios e dos capetas, aquartelados no PT, onde se concentram todos os corruptos do país. O Pai, o Filho e o Maldito Espírito de Lula são a satânica trindade da política brasileira e, ao mesmo tempo, poderosíssima trindade demoníaca, porque é Lula quem anda pelo país afora vencendo eleições e subindo nas pesquisas, o que não dá para esconder, sempre acompanhado, visível ou invisivelmente, por seus 12 diabólicos apóstolos do mal, entre os tais, Demo José Dirceu, Demo Genoíno, Demo Delúbio Soares.  

As luzes, os microfones, os teclados e as câmeras da mídia patronal estão dirigidos e focados exclusivamente no PT, porque fora do PT só vivem e viveram os santos milagreiros da política brasileira, portanto, que fiquem sobre os santinhos da ex-Arena, ex-PDS, ex-PFL e brevemente ex-DEM, apenas o manto escuro da noite eterna e o brilho longínquo das estrelas do PT.

No DEM de Santo Antonio Carlos Magalhães, curiosamente chamado de São Toninho Malvadeza por seus conterrâneos insubmissos, patrono do puro jornalismo livre e da divina liberdade de expressão e também o santo inspirador dos que buscam riqueza cor de rosa, inexplicável e repentina, lá vivem ou prosperaram, dedilhando as suas harpas, algumas das mais notórias santidades de nossa política, como São José Roberto Arruda, o padroeiro da propina sagrada e da divina escuta clandestina e São Demóstenes Torres o milagroso benfeitor das Águas e das cachoeiras.  

Mas o santo mais em moda no DEM em São Salvador da Bahia de Todos os Santos é o valente e implacável São Grampinho, cuja imagem é a de um anão PFL do orçamento, com dinheiro cor de rosa, numa mão e chicote na outra, espancando os presidentes demônios da república, os ambulantes maltrapilhos da cidade e os imundos sem teto das calçadas, para salvar o país da roubalheira e despoluir Salvador, bem ao estilo de seu santo avô, a quem São Grampinho, num arroubo de inexperiência e coragem infanto-juvenil, chamou de corrupto e lhe impingiu a culpa de ser ladrão assumido até morrer.

Essa fantasia da decência brasileira criada pela mídia patronal é a nossa realidade e quem não acreditar nela é louco, ou é um desses ladrões malocados no PT.

E, para os mais devotos que queiram reproduzi-lo, a imagem de São Grampinho pode ser feita de vidro, de barro, de gesso ou de terracota, mas a cara deve ser obrigatoriamente de pau, para que ele continue denunciando de santa cara limpa, em sua propaganda política, o caos do governo de seu parceiro João Henrique, no qual a sua equipe de anjos teve e tem inúmeros cargos de direção, e para que o ungido santo anão continue cuspindo no prato onde come e arrotando salvar Salvador do desgoverno de seu aliado João Henrique e dele próprio. Amém.

E, no mais, é como diz o povão infiel: calça de homem não dá em menino.



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